Vila do Campinho
Jornal comunitário do CECAVIC
Telecentro chega
na comunidade LeiA
as matérias que
escrevemos
para você:
Cadê a saúde e
a assistência
social? futebol
Memória do
Campinho Moradora fala
sobre as remoções
da Av. Tronco
Os Furiosos do Funk
gravam CD alunos
agitam escola
reciclagem
criativa
Comunidade reclama
Pedimos ao DMLU que a coleta de lixo seja realizada nos
dias e horários programados. Estamos indignados com a
falta de respeito com os moradores da Vila do Campinho.
*****editorial
O que é CECAVIC?
O Centro Esportivo, Cultural e Assistencial da Vila do Campinho (CECAVIC) é uma entidade beneficente sem fins lucrativos, situada na Rua Banco Inglês, acesso C, n. 46, inaugurada em janeiro de 2008. Neste ano, o CECAVIC realizou uma série de ações para revigorar seus projetos sociais na comunidade Entre elas, podemos citar a melhoria das condições físicas da sede da instituição, como a nova pintura e a manutenção das instalações elétricas Além disso, doações de equipamentos também foram importantes para a qualificação do trabalho empreendido. Recebemos um freezer, para a melhor conservação dos alimentos servidos às crianças, e uma máquina de costura, que muito auxiliará na confecção das fantasias de carnaval da Escola de Samba Mirim da Vila do Campinho.
Por fim, é importante destacar as parcerias do CECAVIC: Descentralização da Cultura, por meio de oficinas culturais - entre as quais a de comunicação comunitária, que possibilitou que pudéssemos contruir este jornal; Secretaria Municipal de Esportes, com eventos esportivos, de recriação e culturais; Projeto Interagir do Esporte Clube Internacional, por meio de incentivo à formação de novos talentos; Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana de Porto Alegre (SDHSU) com a implementação do Programa TELECENTROS.
Recentemente, firmamos parceria com a FASC (Fundação de Assistência Social e Cidadania) com a implementação de Assistência Social e Cidadania) com a implementação beneficiando 12 jovens em vulnerabilidade social. Para o próximo ano, o projeto acolherá mais 24 adolescentes.
agradecimentos: Agradecemos ao poder público, às entidades privadas e a todos os colaboradores pela
parceria, pela confiança em nosso trabalho e por apostar que podemos, juntos, construir
espaços alternativos de educação, esporte e cultura na Vila do Campinho
******opinião
cadê a saúde e assistência social?
Pelas reportagens de rádio, TV e jornal e, principalmente, pela própria realidade em que todos nós vivemos, percebo que há uma grande precariedade na saúde pública.
Temos que nos sacrificar para conseguir uma consulta médica, e muitas vezes ficamos esperando em vão, porque, muitas vezes, chega a hora do atendimento e o médico não aparece.
No PAM (3) da Cruzeiro, só como exemplo, as pessoas têm que primeiro passar pela triagem e pegar um tipo de senha só para consultar na emergência. Se alguém chega às 8h, a consulta, muitas vezes, fica para às 16h.
Isso é emergência?
Se tem alguém muito mal, acaba morrendo por esperar! Além disso, fico apavorada com os erros médicos. Mas isso é tema para outro texto. Em relação à Assistência Social, não consigo ver assistência nas comunidades carentes.
Sinceramente, o
governo simplesmente ignora a Assistência Social. É uma área em que o Estado deveria estar mais presente, liberando verbas para que se pudessem implementar p r o j e t o s q u e t r a r i a m g r a n d e s m e l h o r i a s para o Brasil, principalmente para as famílias e jovens que de fato precisam.
Tia Ângela
******Quem fez o jornal?
Este jornal foi produzido pela Oficina de Comunicação Comunitária, Descentralização da Cultura, Secretaria Municipal
da Cultura de Porto Alegre. Oficineiro: Rodrigo B. Ramos. Participantes: Ângela Regina Nunes da Silva, Emilly Brasil
Simões, Glória de Andrades, Rose Patrícia da Silva Araújo, Ubirajara Cardoso dos Santos Junior e Welerson Lucas
M e ndes dos Santos. Contribuições de Aida dos Santos, Ivanete Pereira e Jhuan Lima. Diagramação: Rodrigo B. Ramos.
Exemplares: 2000 Apoio para impressão: Prefeitura de Porto Alegre
****************futebol
GANHA
MOS O
CAMPE
ONATO
Aconteceu nos dias 24 e 30 de Julho, na Escola Loureiro da Silva,
o Torneio de Futsal feminino e masculino. Participaram as equipes
Vila do Campinho, Prisma, Sta. Anita e João Pessoa, com vitória
para a primeira equipe. Prisma ficou em segundo lugar.
Em cada campo uma escolinha
No dia 14 de maio começou o Campeonato Regional de Futebol Em Cada Campo uma Escolinha.
Organizado pela Secretaria Municipal de Esportes, Organizado pela Secretaria Municipal de Esportes, o campeonato acontece em todas as regiões de Porto Alegre, com a participação de 174 times infantojuvenis. Na Cruzeiro são ao todo 76 times, entre os quais: União Penharol, Vila do Campinho, Meninos da Vila, Jamaica, Ajax, Vera Cruz, João Pessoa,AZ de Ouro, Luzes, Mariano de Matos, Ruy Barbosa, entre outros.
O capeonato foi realizado até setembro, quando os 4 melhores times classificados, entre esses o Vila do Campinho na categoria Mirim, passam para o Municipal. O torneio vai até dezembro.
**************Comunidade
histórias da vila,
se contar ninguém
acredita! O falso incêndio
Foi num domingo às oito da noite. Uma fumaçada invadia a casa da tia Ângela. A
fumaça estava tão densa que chegava a arder a garganta. Meu deus, tá pegando
fogo, tá pegando fogo em uma casa, alguém deve ter dito. O pavor começou a tomar moradores que saíram depressa de suas de suas casas. Talvés o armázem novo estava pegando fogo, pensaram alguns. Estavam prestes a chamar os bombeiros,
quando se deram conta de onde vinha toda aquela fumaça: um homem queimava
fios elétricos...
*****************comunidade
memória do
campinho
Ela é conhecida na comunidade
como tia Ângela. Nasceu em
Porto Alegre em agosto de 1952 e
mora na Vila do Campinho desde
os anos 70. Tem 6 filhos, trabalha
como empregada doméstica e
participa das atividades do bairro.
A p r o v e i t a m o s a participação da tia Ângela na oficina de comunicação comunitária para ouvir sua história e saber como era o Campinho quando chegou por essas bandas. Pra isso, vamos voltar no tempo, mais precisamente para os anos de 1950. Nessa época, Porto Alegre com 400 mil habitantes (hoje com 1 milhão e 409 mil), vive um processo de expansão e renovação urbana. Muitas pessoas vieram do campo para a cidade em busca de trabalho e melhores condições de vida. Não foi diferente para a família de tia Ângela. Sua avó e sua mãe, Claudina e Enilda Soares dos Santos, já com um filho pequeno para alimentar, mudam-se de Bagé para Porto Alegre.
Na cidade, Enilda conhece Valmocir Guimarães Nunes, que era de Taquari e igualmente vinha de muda para a capital. Casados, e com casa própria, foram morar na Rua Malvina, no bairro Santa Tereza Tiveram 4 filho, entre eles tia Ângela.
Nos anos de 1970 então com 15 anos, ela se muda com a família para Alvorada, na Vila Americana. Passados três meses, voltam para Sta. Tereza. É aí que passam a residir em torno de um campo de futebol, o campinho.
Nesse período, ainda com 15 anos, tia Ângela se casa com Almiro e, juntos, constroem uma moradia humilde, mas “confortável e cheia de carinho e amor. Na nossa casa sempre tinha gente querida” - orgulha-se. Desse casamento, nasceram: Luiz Valmor, Carlos André, Everton Rodrigo, Paulo Roberto e Taís Rosana. “O casamento durou bastante tempo... mas Deus quis levar ele”. Alguns anos depois, teve os gêmeos Daniel e Daniele, hoje com 13 anos.
Ao ser perguntada como era a Vila do Campinho, responde: “No início era assim. Era um Campinho bica mesmo, em cima de uma pessoas vieram do campo para a e chegava o fim de semana, tinha sempre jogo de futebol. Era o nosso lazer de fim de semana No meio, era o campinho, nas margens ficavam as casas. As portas davam para o campo, como se ele fosse nosso quintal. Quando eu vim para cá, já havia muitas famílias morando. Não tínhamos água e a luz era pouca. Uma luz Carente. Então, a gente tinha que ir na bica pegar água, que ficava perto do Colégio Guerreiro Lima, na rua Banco Inglês. Já existia a escola mas o prédio era todo de madeira verde. A gente não tinha tanque e as roupas eram lavadas ali na bica mesmo, em cima de uma tábua que a gente levava”.
Me lembrei de uma coisa. Na época, a escola exigia uniforme Mas o colégio dava tecido e a gente com as costureiras voluntárias, ajudava a fazer o uniforme dos nossos filhos”.
Nos anos de 1980, o DEMHAB fez uma divisão do campo em lotes. Foram criados 4 acessos e novas casas foram construídas. Uma delas, foi a casa de tia Ângela, que ficou no acesso C. Com essa intervenção, mesmo com a rejeição da comunidade pelo fato de perderem o único espaço para torneios do time da vila (o CEBI), tia Ângela confessa que sua vida melhorou. “Passamos a ter água encanada, esgoto, banheiros adequados, sem falar da luz, que ficou bem melhor”. Uma coisa
apenas deixa uma cicatriz: “a maior parte do material que eu já tinha para fazer minha casa no mesmo local onde agente morava, que ficava na beira da barranca, o DEMHAB levou, e fizeram com madeiramento velho” - lamenta.
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